
Na mesma semana que quatro acadêmicas de Medicina da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) foram à polícia denunciar crime de importunação sexual durante aplicação de prova na casa de uma professora, uma mulher de 44 anos registrou boletim de ocorrência alegando ter sofrido assédio sexual e ameaça de um colega do mesmo curso. 6i3617
O caso, segundo relatado pela vítima na manhã de sexta-feira (13/6), aconteceu em julho de 2022, durante estágio no HU-UFGD (Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados).
Conforme a mulher, o fato na época não foi resolvido pela instituição e a demora no registro do boletim de ocorrência aconteceu por recomendação de um advogado, temendo pela segurança dela e dos filhos, já que moram sozinhos.
À polícia, a vítima contou que durante atendimento a paciente em estágio realizado no hospital, o rapaz se aproximou e disse: “mãe solteira só serve para fazer chupetinha”, continuando, “você vai ter que fazer chupetinha em mim e só vou entrar por trás (sic)”.
Logo depois, a mulher contou que o repreendeu e pediu respeito.
Mais tarde, o acadêmico a seguiu até o estacionamento e entrou no carro, puxando a blusa da aluna e tentando apalpar os seios e partes íntimas.
Novamente repreendido, o homem pegou a bolsa e ou a ameaçá-la. “Sua vagabunda, você não sabe do que sou capaz”, disse, conforme consta no registro de ocorrência.
A vítima então procurou a coordenação do curso na companhia de uma testemunha e de outra acadêmica que também havia ado pela mesma situação.
O caso foi levado à reitoria com a promessa de que providências seriam tomadas, o que não aconteceu, de acordo com ela.
A mulher alega ainda ter buscado solução com a direção do Hospital Universitário e na época, algumas imagens foram analisadas, porém, sem uma punição ao acusado.
Após as denúncias, a mulher disse que ou a ser perseguida pelo aluno. “(...) continuou a assediar, ameaçar e em sala de aula ficava segurando as bolas na sua frente (sic)”, relata o boletim.
O caso é investigado e foi registrado na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) como ameaça e assédio sexual.
O Dourados News procurou as assessorias de imprensa da UFGD e do HU na manhã deste sábado (14/6) para um posicionamento sobre o caso.
Em nota – veja abaixo na íntegra -, o Hospital Universitário disse ter recebido a denúncia na época e acolheu a estudante com acompanhamento e orientação jurídica, formalizando o relatado por ela junto a ouvidoria da UFGD.
“A usuária foi devidamente acolhida pela equipe do HU-UFGD, inclusive com acompanhamento e orientação jurídica. A denúncia foi formalizada junto à ouvidoria da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), instância responsável pela apuração de fatos envolvendo estudantes da universidade, conforme previsto nos protocolos institucionais”, diz, alegando que o hospital não compactua com qualquer forma de assédio ou violência.
Em relação a Universidade, foi encaminhado pedido de posicionamento via aplicativo de mensagem e também formalizado através de e-mail, porém, até a publicação do material não houve retorno sobre o caso.
O espaço segue aberto e a matéria atualizada, caso seja encaminhada a demanda.
Nota do HU:
O Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados (HU-UFGD), gerido pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), informa que recebeu, à época, o relato da acadêmica de Medicina a respeito de episódios de assédio e ameaça envolvendo outro estudante durante estágio no hospital.
A usuária foi devidamente acolhida pela equipe do HU-UFGD, inclusive com acompanhamento e orientação jurídica.
A denúncia foi formalizada junto à ouvidoria da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), instância responsável pela apuração de fatos envolvendo estudantes da universidade, conforme previsto nos protocolos institucionais.
O HU-UFGD reitera que não compactua com qualquer forma de assédio ou violência, e que adota todas as medidas cabíveis sempre que recebe relatos dessa natureza, zelando pelo respeito, segurança e integridade de todos os usuários, colaboradores e estudantes.
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